Receitas antigas e de uso tradicional podem traze soluções simples, seguras e econômicas aos pacientes cariocas. Para tratar resfriado, xarope feito da planta guaco, para espantar os mosquitos, um repelente feito de citronela. Essas e outras práticas estão sendo ensinadas nas unidades de saúde municipais do Rio de Janeiro. São as Hortas Medicinais Comunitárias, presentes em 13 Clínicas da Família e uma Policlínica. No terreno das unidades, são plantadas diversas espécies de plantas medicinais e aromáticas.
Pacientes atendidos nos locais aprendem a utilidade e o cultivo de cada uma delas. Há ainda aulas sobre como preparar xaropes, loções para piolho e temperos sem o uso do sal, método importante para os hipertensos. Os cursos acontecem nas unidades e as aulas são dadas, normalmente,também na Fazenda Modelo, em Guaratiba, e as aulas são dadas, normalmente, por farmacêuticos. Lá os usuários aprendem a utilidade e o manejo das plantas e ainda levam mudas para casa.
“Casos mais simples conseguimos tratar apenas com a planta medicinal. Quem faz a indicação é o profissional de saúde”, explica Helene Frangakis de Amorim, subgerente do Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde. “Queremos resgatar o uso das plantas medicinais no tratamento”, conclui.
Segundo Helene, as hortas medicinais que servem como modelo são cuidadas por uma equipe e pelos usuários.
O paciente ganha uma muda da planta para cultivar em casa e preparar o próprio ‘medicamento’. Hipertensa, a aposentada Maria José Nunes dos Santos, 52 anos, aprendeu a fazer as refeições substituindo o sal pelos temperos naturais colhidos na horta. Nesse caso, são utilizados manjericão, alecrim e coentro. Maria José conta também que aprendeu a fazer repelente e xarope caseiro. “Eu tinha uma tosse alérgica e melhorei muito. E o melhor é que eu mesma faço em casa. Até meu marido aprendeu a fazer os diferentes chás e a ter cuidado com as plantas”.
Nas unidades de saúde, os pacientes participam também de oficinas para fazer sabonete, velas e cremes, com o objetivo de complementar a renda. Para saber as unidades de saúde que participam do projeto e são mais próximas da sua residência, entre em contato pelo telefone 1746.
Fonte: Jornal O Dia