Fonte: Valor Econômico

A farmacêutica nacional EMS conseguiu a autorização da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), órgão ligado ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), para iniciar os estudos clínicos para o uso da hidroxcloroquina no tratamento da covid-19. Segundo o diretor médico e científico da empresa, Roberto Amazonas, as pesquisas serão realizadas em até 60 centros de pesquisas, entre eles o Hospital Albert Einstein. Participarão desses estudos clínicos, ao todo, 1.050 pacientes.

De acordo com o diretor médico e científico da empresa, os pacientes que participarão dos estudos clínicos, devem receber em torno de 20 comprimidos de hidroxicloroquina e sete comprimidos do antibiótico. Amazonas ressaltou que, naqueles em estado mais moderado da doença, os medicamentos devem ser ministrados por cerca de sete dias e os casos mais graves por 10 dias.

“Consideramos os estudos assim que começa a medicação. Uma análise interina dos dados poderá ser feita quando tivermos ao redor de 110 pacientes graves no estudo, ou seja, 25% do contingente. Essas análises são feitas no sétimo dia, no 15º dia e no 29º dia de melhora clínica. Com esse número de pacientes conseguimos responder a eficácia e a segurança da droga também. E isso é maior do que todos os estudos clínicos com esses medicamentos publicados na literatura mundial.”

Amazonas ressaltou, ainda, que a eficácia do tratamento pode ser medida também pela menor utilização das unidades intensivas de tratamento (UTI). “O que muito se discute é que esses pacientes ficam na UTI por muito tempo. Se com essa medicação conseguirmos liberar em menos tempo os leitos, já é uma grande coisa”, afirmou o executivo.

Além do Hospital Albert Einstein, os hospitais Sírio Libanês e o Instituto do Coração (HCor), em São Paulo, participam das pesquisas. “Está participando, ainda, a Rede Nacional de Pesquisa Clínica de Medicina Intensiva. Estamos com pacientes em praticamente todo o país, claro que a maior parte está na região Sudeste, até pelo número de casos.”

Quanto a produção, Amazonas informou que a EMS acelerou o ritmo de fabricação dos medicamentos para atender ao estudo e ao mercado em geral. No mês de março, foram produzidas, segundo ele, 46 mil unidades de hidroxicloroquina e a expectativa é que essa produção mensal alcance até 70 mil unidades. “Para o estudo clínico, já separamos toda a medicação que será usada. Temos que abastecer o mercado, pois a procura aumentou muito por esse remédio”, afirmou o executivo.

IMPORTANTE:  Até a conclusão dos estudos, a hidroxicloroquina continua não sendo recomendada para tratamento da covid-19.