O Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS) foi estruturado em 2006 e exerce importante papel no processo de implantação da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). O Núcleo é coordenado pelo Glauco de Kruse Villas Boas e trabalha com quatro divisões de forma integrada para fortalecer a inovação em medicamentos da biodiversidade: divisão do Conhecimento, divisão de Redes, divisão de Gestão e a Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF), que funciona no Campus Fiocruz Mata Atlântica.
O NGBS articula com diversos segmentos a formação de uma rede para a inovação deste tipo de medicamento, tendo em foco a identificação e o apoio a projetos desenvolvidos em Arranjos Produtivos Locais (APLs), localizados nos seis principais biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata atlântica, Mata atlântica SP, Pampa. Para atender melhor essa articulação o NGBS estruturou, por meios de recursos do Fundo Nacional de Saúde, o Escritório de Gestão das Redes Fito (EGRF) que busca facilitar a interlocução entre os atores dos diversos APLs de forma a fortalecer a inovação e a cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade.
Para a gestora da Divisão de Redes do NGBS, Rosane de Albuquerque dos Santos Abreu, a rede é o dispositivo fundamental para a inovação, pois possibilita que os diferentes elementos da cadeia produtiva entrem em interação e cada um, com a sua expertise, colabore para a concretização de produtos. Na sociedade atual, em um mundo de intensa competitividade e em que os conhecimentos se renovam em grande intensidade, só é possível produzir inovação através de processos colaborativos. É neste sentido que a PNPMF orienta para a formação de redes.
A PNPMF é uma política interministerial e tem o Ministério da Saúde como seu “grande” articulador. A gestora do Projeto Piloto em Inovação de Medicamentos da Biodiversidade e gestora da RedesFito Mata Atlântica- RJ, Patricia Conceição Costa Teixeira, ressalta que, a partir de 2012 o Ministério da Saúde (MS) vem liberando editais para formação de Arranjos Produtivos Locais no Brasil, onde o gestor deve ser uma Secretaria de Saúde Estadual ou Municipal. Esta iniciativa do MS, através do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), tem papel relevante no processo de apoio e financiamento na formação de Arranjos Produtivos Locais para a produção de plantas medicinais no âmbito do SUS, enfatiza.
“Por estar inserido no MS, o DAF deu enfoque na estrutura dos APL’s. Antes dos editais não existia nenhuma política de financiamento voltada para os Arranjos Produtivos Locais relacionados aos medicamentos da biodiversidade. A ação do o DAF aponta para uma superação desta lacuna”,informa o gerente do Escritório de Gestão das RedesFito, Thiago Monteiro Mendes.
Thiago destaca que a realidade de cada APL, a pré-disposição e o grau de aceitabilidade dos atores para a ideia de inovação em medicamento da Biodiversidade, é muito importante para poder trabalhar com variadas alternativas de modelos produtivos. “A biodiversidade é o nosso grande patrimônio e a saúde o principal foco. É impossível produzir medicinais com uso de agrotóxico, por exemplo”, ressaltou.
Como tudo que é inovador, a equipe da RedesFito tem muitos desafios pela frente e entende que é fundamental garantir que o Sistema Nacional de Redes se mantenha e que a Rede permaneça em movimento.A Gestora de Comunicação da RedesFito, Denise Monteiro da Silva, destaca o pioneirismo da equipe. “Somos poucos para acompanhar as ações da Rede em todos os biomas do Brasil, mas somos determinados e entendemos a responsabilidade e a importância do nosso trabalho para a inovação em medicamentos da biodiversidade: Quem ganha é a Saúde Pública e a população brasileira”, explica.
Fonte: Far Notícias - 2013