Conheça o  RELATÓRIO, elaborado pelo Escritório de Gestão das REDESFITO, sobre o V SEMINÁRIO DAS REDESFITO- Inovação em Medicamentos da Biodiversidade em Tempos de Desenvolvimento Sustentável e da 10ª Reunião da REDEFITO Mata Atlântica Rio de Janeiro.

RELATÓRIO


O objetivo geral do V Seminário das REDESFITO foi definir as bases para a integração entre áreas estratégicas para inovação em medicamentos da biodiversidade no Brasil, com vistas ao desenvolvimento sustentável.  Para tanto, reuniram-se diferentes atores da REDE e especialistas de áreas estratégicas em diferentes mesas redondas para a reflexão sobre os seguintes temas:

1-   O papel da indústria na inovação em medicamentos da biodiversidade.

2-   A dimensão do PD&I na inovação em medicamentos da biodiversidade.

3- Agroecologia como estratégia para a inovação em medicamentos da biodiversidade em tempos de desenvolvimento sustentável.

O seminário foi aberto com a presença do Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da FIOCRUZ, Dr. Valcler Rangel, do Diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Dr. Hayne Felipe, e do Coordenador do NGBS, Dr. Glauco Villas Bôas.

O Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da FIOCRUZ destacou a importância das articulações em andamento no âmbito das REDESFITO e anunciou a realização de um grande seminário, que será organizado na FIOCRUZ, para debater a inovação em fitomedicamentos. Para este, a FIOCRUZ conta com a contribuição dos membros das REDESFITO.

O diretor de Farmanguinhos destacou que o apoio às REDESFITO é uma importante ação da unidade e que o mesmo permanecerá acompanhando as ações do NGBS.

Já o coordenador do NGBS destacou o caminho percorrido pelas REDESFITO e que essa construção vem gerando importantes frutos nos últimos anos. 

Logo após a mesa de abertura, houve a palestra do Coordenador do NGBS – Glauco Villas Bôas, intitulada Inovação em Medicamentos da Biodiversidade em Tempos de Desenvolvimento Sustentável, na qual foi apresentada a atual problemática ambiental, ratificando a importância do trabalho em redes organizadas a partir dos arranjos produtivos locais e convidando os presentes a aderirem à proposta de elaboração de um portfólio nacional de projetos para inovação em medicamentos da biodiversidade.

A mesa que discutiu o tema “O papel da indústria na inovação em medicamentos da biodiversidade“ contou com a presença da Ana Cláudia Dias (ABIFINA) como moderadora e dos palestrantes Cristina Hopke (Centroflora), Avaniel Marinho da Silva (Hebron), Lisandra Pessa (Aché) e Anny Trentini (Herbarium). Nessa mesa foi destacada a necessidade de colaboração para se atingir a inovação em medicamentos da biodiversidade, como estratégia para superação dos desafios ligados às diversas etapas da cadeia produtiva destas tecnologias, dentre eles, aqueles relacionados às ações do CGEN.

 Na mesa que discutiu o tema “A dimensão do PD&I na inovação em medicamentos da biodiversidade”, contamos com a participação de Tiago Moraes (LAFERGS) como moderador e dos palestrantes João Batista Calixto (UFSC), Thelma Machado (UFF), Alaíde Braga (UFMG) e Cristina Ropke (Centroflora). Nessa mesa foi destacado o papel fundamental da indústria nos processos de inovação tecnológica, enfatizando a necessidade de parceria entre universidade e indústria. Foram apresentados, também, diversos avanços e casos de pesquisas com relevante potencial inovativo.

 Já na mesa que discutiu o tema “Agroecologia como estratégia para a inovação em medicamentos da biodiversidade em tempos de desenvolvimento sustentável”, contamos com a participação de Décio Gomes de Oliveira (UNOESTE) como moderador e dos palestrantes Sandra Magalhães Fraga (NGBS), João Dagoberto dos Santos (ESALQ- USP) e Cristina Mazza (Embrapa). Nesta mesa foi destacada a agroecologia como ciência estratégica para a inovação em tecnologias da biodiversidade, por enxergar a natureza a partir de sua complexidade e interação com o homem. Nesse sentido, foram apresentadas ações que estão sendo desenvolvidas por suas respectivas instituições, em parceria com diversos outros grupos, com preocupações relacionadas à sustentabilidade, assim como aos cuidados necessários para a garantia da qualidade da matéria prima para a produção de medicamentos da biodiversidade. 

 O 2º dia do seminário teve por objetivo apresentar as diversas experiências em desenvolvimento nas REDESFITO, o que propiciou a compreensão das oportunidades e fragilidades percebidas pelos parceiros da rede. Os trabalhos foram abertos com a contribuição de Patrícia Teixeira (NGBS/REDE Rio), Robson Sheeny (SEDEIS), Anderson Sprada (Secretário de Saúde de Irati – PR), Cláudio Ramos (Secretário de Agricultura de Irati – PR), Suzete Henrique (Coordenadora do SAFIE/SES-RJ) e Luiz Antônio Antunes (Programa Rio Rural). Algumas propostas emergiram desta mesa de abertura: 

1) A construção coletiva de um APL Fito na Subsecretaria de Desenvolvimento Econômico, através da superintendência de APLs.

2) A integração dos APLs da  Redefito Mata Atlântica RJ com a Rede de Pesquisa, Inovações, Tecnologias e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas, que está sendo criada no Noroeste Fluminense pela Secretaria Estadual de Agricultura, através de parceria entre o programa Rio Rural, a Pesagro-Rio, a Emater-Rio e o Sebrae-RJ.

3) Como a coordenação do SAFIE pode apoiar os eventos nos municípios envolvidos na Redefito Mata Atlântica RJ.

  A mesa seguinte buscava o relato de experiências estruturantes para a inovação em medicamentos da biodiversidade, em desenvolvimento nos diferentes APLs das REDESFITO nos diversos biomas brasileiros. Assim, foram apresentadas as ações e potencialidades relacionadas aos APLs Itapeva, Manaus, Sul da Bahia, Triângulo Mineiro, Pouso Alegre, Grande Belo Horizonte, Grande Rio – Projeto APL e Projeto I Flora – e Serrano (RJ). Esta grande mesa deu concretude ao discurso e as ações desenvolvidas no âmbito das REDESFITO FitoNiterói e Projeto I Flora – e Serrano (RJ). Esta grande mesa deu concretude ao discurso e as ações desenvolvidas no âmbito das REDESFITO ao longo dos anos.

 Em seguida, foram expostas as experiências e propostas da REDEFITO Mata Atlântica RJ. Também nesta mesa, foi possível ter uma visão da realidade promovendo um ambiente de troca de experiências e aprendizado entre os parceiros das REDESFITO.

O V Seminário foi organizado com base na metodologia de Socianálise. Tal metodologia possibilita a compreensão de impasses, conflitos, pontos antagônicos, emergentes nos discursos dos presentes, revelando as fragilidades e as oportunidades para a inovação em medicamentos da biodiversidade, assim como retratando o contexto concreto para a elaboração de estratégias fundamentais para as ações da Rede.

Na avaliação do V Seminário das REDESFITO foram identificados os seguintes pontos positivos:

·         Estabelecimento de diversas parcerias entre atores da rede, significando o fortalecimento da cadeia produtiva para a inovação em medicamentos da biodiversidade, envolvendo a área agrícola, indústria, órgãos do governo e instituições de pesquisa;

·         Encaminhamentos para fortalecer as redes-bioma que estão, de certa forma, desarticuladas;

·         Fortalecimento do sentimento de pertencimento às REDESFITO ressaltado pelos parceiros presentes, assim como a compreensão da missão da rede;

·         A legitimação do conselho de gestão da REDEFITO Mata Atlântica RJ, com a assinatura do Termo de Compromisso;

·         Proposição da elaboração de um Portfólio de projetos da rede para a inovação em medicamentos da biodiversidade;

 
Observações Socianalíticas

·         Boa receptividade dos entrevistados em responderam as questões e em participarem das entrevistas não-diretivas.

·     Constatação de que, apesar de se tratar de um seminário das REDESFITO, alguns participantes não conhecem o projeto das REDESFITO. Outros, porém, estão integrados e gostam muito do projeto, da forma como é executado (em rede), da variedade de canais de comunicação, da diversidade de parceiros e da atuação em várias áreas.

·         Destaque de algumas lacunas na rede, entre elas: dificuldades de comunicação entre os atores, interação entre todos os parceiros, ausência de proximidade dos fornecedores com a indústria farmacêutica, e resistência de articulação com governantes.

·         O V Seminário possibilitou dar voz aos participantes e permitiu que abordasse um universo de temas afins às questões da inovação de medicamentos da biodiversidade.

·         Apesar da divergência de opiniões e posicionamentos políticos, científicos e de gestão, embora notória, mostrou que os participantes do V Seminário estão ávidos para contribuir e participar da consecução da inovação em medicamentos da biodiversidade.

·         Observamos uma afinidade na linguagem e no conhecimento dos conceitos entre os participantes do V Seminário que demandam ações no desenvolvimento e inovação de medicamentos da biodiversidade.

 

Encaminhamento geral do evento

·         Pactuação para elaboração de um portfólio de projetos para inovação em medicamentos da biodiversidade, através da assinatura da carta enviada em anexo pelo Escritório de Gestão das REDESFITO.
 

Encaminhamentos sugeridos a partir do processo socianalítico

·         Divulgação das ações das RedesFito  na imprensa.

·         Tentar, junto ao SUS, projetos para implementação de farmácias vivas em Macaé.

·         Articulação do APL Centro Sul Fluminense para melhorar a região de Vassouras, Miguel
Pereira  e Morro Azul.

·         Maior aproximação com os atores ligados ao processo de plantio.

·         Divulgação nas REDESFITO dos estudos realizados sobre plantas medicinais para a interação de estudos científicos.

·         Pesquisa das plantas e ervas de conhecimento popular.

·         Implantação dos fitoterápicos em toda a rede SUS

·         Garantir demanda de plantas medicinais e padronizar extratos ou óleos essenciais.

·         Garantir transparência e agilidade nos projetos ou ensaios.

·         Estabelecer contato com fornecedores de plantas e criar iniciativas que contribuam para a organização dessas cadeias.

·         Promover o bisabolol de candeia.

·         Angariar recursos a partir de projetos enviados a órgão de fomento e MS.

·         Interação entre os atores da rede, para a circulação de informação e construção de conhecimento colaborativos para superação de conflitos.

·         Promover a produção agroecológica como um sistema inovador.

·         Colaboração com os APls na sensibilização dos profissionais prescritores e usuários do SUS.

·         Contribuir para a transformação do modelo hegemônico a partir do trabalho em rede, através da perspectiva de quem está no campo.

·         Fortalecer os trabalhos que estão sendo realizados nos APLs, fazendo com que as iniciativas propostas atendam às necessidades da saúde da população e seu acesso ao medicamento.

Desdobramento

O desdobramento do encaminhamento geral do evento foi a proposta de pactuação para elaboração de um portfólio de projetos para inovação em medicamentos da biodiversidade, através da assinatura de documento elaborado pelo Escritório de Gestão das REDESFITO.

Você pode ler e apoiar a proposta através da assinatura do documento: Portfólio da inovação em medicamentos da biodiversidade: uma proposta das REDESFITO para 2014.