Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma substância a partir da folha de hena que inibe o crescimento de tumores, especialmente do câncer de mama.
O extrato da folha de hena (Lawsonia inermis), usado na pintura de cabelos, pele e unhas, tem potencial para melhorar o quadro clínico e a qualidade de vida das pacientes.
A pesquisa que gerou a nova substância, denominada CNFD, começou em 2013, sob orientação do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e contando com pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Fiocruz-BA) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Medicamento genuinamente brasileiro
Além dos testes em células tumorais, foram feitos testes em camundongos, que revelaram redução significativa do crescimento e do peso do tumor, sem efeitos aparentes de toxicidade nos animais.
O fármaco está sendo patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e, caso seja aprovado nos testes subsequentes e haja interesse da indústria no seu desenvolvimento, poderá chegar ao mercado em larga escala daqui a cinco anos.
"Combater células cancerígenas não é uma tarefa fácil, pois elas se parecem muito com as células sadias. Esta descoberta, além dos benefícios em si, pode representar o primeiro medicamento sintético genuinamente brasileiro nas prateleiras das farmácias," disse o professor Fernando de Carvalho da Silva, da UFF.
Eficaz e barato
Os testes comprovaram que o CNFD foi mais eficaz em células tumorais, preservando as normais, diminuindo os efeitos adversos decorrentes da terapia.
De acordo com o pesquisador Emerson Silva Lima, da UFAM, se comparado com os medicamentos atualmente no mercado, o novo fármaco tem baixo custo de produção e poderá ser alternativa acessível para muitos pacientes e de menor custo para o SUS. "Esperamos que o governo e/ou empresas privadas tenham interesse na tecnologia, para que um dia ela possa chegar ao mercado", ressaltou.
Fonte: Diário da Saúde - 24/05/2017
Com informações da Agência Brasil