Parte da equipe responsável promoveu reuniões (maio/2015) para uma apresentação mais detalhada do projeto e uma maior aproximação entre os envolvidos na execução. As reuniões aconteceram nos municípios de Alcobaça e Prado, no Sul da Bahia e contaram com a participação dos secretários de saúde dos municípios; das famílias de trabalhadores sem-terra assentadas nestes locais; de representantes da área da Saúde e instituições de ensino e pesquisa envolvidas no projeto.

No município de Alcobaça a reunião aconteceu na Câmara Municipal e contou com a presença do Secretário de Saúde do Município, Bendito Borel de Oliveira. Estiveram presentes representantes do Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos (NGBS), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), da empresa Fibria, da Escola Popular de Agroecologia Egídio Brunetto e Professores da Universidade Federal do Sul da Bahia.

Na cidade de Prado, o secretário municipal de saúde, Luciano Mota esteve presente e acompanhou a equipe responsável pelo projeto na reunião com as famílias de trabalhadores assentados neste município. Profissionais da área da saúde e outras instituições interessadas pelo projeto, também participaram do encontro.

O ponto alto das reuniões foi a apresentação do projeto Saúde e Plantas Medicinais em Sistema Produtivo Agrecológico no Extremo Sul da Bahia, que  é coordenado por Glauco Villas Bôas (NGBS/Farmanguinhos) e foi estruturado em parceria estabelecida pelo Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos (NGBS); a Escola de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), representada por Paulo Sabroza; a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) representada por Paulo Kageyama; o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e o Governo da Bahia.

O projeto se integra a um conjunto de ações para o fortalecimento do Programa Agricultura Familiar-Cultivando a Agrobiodiversidade no Extremo Sul da Bahia, iniciado em 2011, voltado para o desenvolvimento agroflorestal em assentamentos de trabalhadores sem-terra, que ocuparam propriedades da empresa Fibria.

O Saúde e Plantas Medicinais em Sistema Produtivo Agrecológico no Extremo Sul da Bahia atenderá aproximadamente mil famílias, assentadas em cinco fazendas, que pertencem a Fibria e totalizam uma extensão de onze mil hectares, distribuídos nos municípios de Prado, Alcobaça e Teixeira de Freitas.

O objetivo do projeto é contribuir para a sustentabilidade socioambiental da região do Extremo Sul da Bahia construindo, adaptando e aplicando participativamente tecnologias adequadas à realidade da agricultura familiar, com foco nos assentamentos rurais. O projeto se realizará por meio de processos educadores de produção e de gestão da paisagem rural, na busca do desenvolvimento e fortalecimento de sistemas de produção que conciliem produção abundante de alimento saudável e conservação da agrobiodiversidade.

Segundo Villas Bôas, o projeto está pautado em dois componentes: “Plantas Medicinais e Medicamentos da Biodiversidade em Sistemas Produtivos Agroflorestais”, coordenado pelo NGBS/Farmanguinhos e pela ESALQ/USP, e “ Monitoramento e Análise das Condições de Vida e Saúde e Fortalecimento das Ações em Saúde”, que será executado com o auxílio pela ENSP.

A princípio, o grupo de pesquisadores pensou somente no primeiro componente do projeto, mas a ideia de integrar o monitoramento e análise das condições de vida das famílias assentadas, surgiu como um fator essencial a implantação de ações de saúde pública nos acampamentos.