Por: Alexandre Matos

Ampliar mecanismos de difusão do conhecimento científico sem perder o foco na qualidade da informação. É com esta premissa que o Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS) de Farmanguinhos fez o lançamento oficial da Revista Fitos na versão eletrônica. A cerimônia foi realizada nesta terça-feira (26/8), no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação de pesquisadores, estudantes e editores de outras revistas da área da saúde, que contribuíram com suas experiências no setor.

Segundo a editora executiva da Fitos, Rosane Abreu, esta foi mais uma etapa para a melhoria da indexação da revista.“Para que a Fitos seja indexada nos diferentes sistemas, especialmente no SciELO, uma das condições é que ela esteja disponível na modalidade eletrônica. Espera-se que, com a indexação, a revista tenha maior visibilidade e amplie seu raio de ação”, explicou. Vale destacar que a Fitos está classificada na CAPES-Qualis da seguinte forma: Qualis B5 (Medicina, Ciências Biológicas II, Biodiversidade, Saúde Coletiva); Qualis B 4 (Engenharia e Biodiversidade) ; Qualis C (Ciências Biológicas I e II, Farmácia, Biotecnologia, Química).

Especializada em plantas medicinais, a Fitos tem como objetivo apresentar artigos científicos que possam contribuir para a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação de medicamentos de origem vegetal, bem como para estudos e aprofundamentos de temas e disciplinas que abrangem este setor. Seu enfoque está voltado para as áreas de Química, Farmacologia, Etnofarmacologia, Botânica, Agroecologia e Inovação.

Presente à cerimônia, o diretor Hayne Felipe destacou a necessidade de fortalecer a área junto ao setor farmacêutico. Das parcerias relacionadas à Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), nenhuma traz a biodiversidade no seu escopo. Para o coordenador do NGBS, Glauco Villas Bôas, a Fitos tem um caráter multidisciplinar. Ela apresenta temas relacionados à saúde, política, desenvolvimento sustentável e inovação.

Leitora da Fitos, a vice-diretora de Ensino, Pesquisa e Inovação, Márcia Coronha, enfatiza o trabalho em rede. “Quando se fala em inovação, pensa-se logo em uma rede de atores. Por isso é importante ampliar o acesso das pessoas a esta importante fonte de informação”, frisou.

O editor executivo da Editora Fiocruz, João Carlos Canossa, ministrou a palestra Desafios da publicação científica na atualidade. Ele fez um histórico sobre a atuação da Editora e o trabalho da difusão do conhecimento na área da saúde. Canossa citou o escritor português Fernando Pessoa para representar os esforços da equipe que trabalhou para a construção da Revista Fitos: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Canossa destacou que este é o início para que outras obras nasçam, mas alertou que é preciso rigor ao aprovar publicações. “Não produzimos livros, ou periódicos, produzimos conhecimento”, ressaltou. 

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Ampliação e qualidade 

Estudar, trabalhar, inovar, produzir, escrever, difundir e compartilhar são alguns dos verbos mais conjugados atualmente em Farmanguinhos. Juntos, formam uma bandeira que vem sendo cuidadosamente costurada no âmbito institucional e que representa um dos pilares da missão da unidade: a difusão de conhecimento.

Especialistas afirmam que, para ser validado, o conhecimento científico deve ser compartilhado entre seus pares. Uma forma de endossar este argumento é a publicação de artigos em revistas especializadas. No entanto, um dos grandes desafios é a divulgação científica com qualidade. Nesse sentido, uma mesa composta por editores de revistas especializadas, em diferentes níveis de divulgação científica, foi montada a fim de discutir os Desafios atuais para a publicação de periódicos e revistas que divulgam a ciência.O debate contou com a participação dos editores Adeilton Brandão (Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz), Marilia Sá Carvalho (Cadernos de Saúde Pública), Rosany Bochener (RECIIS), Isabella Delgado (VISA em Debate), Kátia Machado (RET-SUS) e Rogério Lannes (RADIS).

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Os participantes expuseram suas experiências na divulgação científica. Apesar de cada um ter apresentado seu ponto de vista, todos concordaram com uma questão: é preciso manter o nível de qualidade e confiabilidade da informação.Editor da Radis, publicação da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), Rogério Lannes disse que o desafio não é atender a necessidade excessiva de publicação. “Essa necessidade de excesso de informação pode estar negando à sociedade uma informação de maior qualidade”, salientou. Em outras palavras, Lannes acredita que a publicação eletrônica da Fitos apresentará informações de qualidade para a comunidade científica.

Lannes destacou ainda um aspecto fundamental neste processo de divulgação da ciência. Segundo ele, a publicação eletrônica é um complemento a este processo comunicacional. “Oferece uma oportunidade de diálogo entre os diferentes públicos, agregando contribuições e potencializando a troca entre os pares”. Mas ele alertou que o diálogo entre os pares não basta. “É preciso o entendimento entre o conhecimento científico e o saber popular”, assinalou.

No começo da cerimônia, o Designe Auxiliar de Editoração Eletrônica, Eugênio Telles fez a apresentação oficial da plataforma eletrônica da Revista Fitos. Clique aqui e acesse a publicação.

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