Com a sanção do Novo Marco Legal da Biodiversidade Nacional (20/05), indústrias farmacêuticas vão investir pelo menos 332 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos até 2016.
A estimativa é da FarmaBrasil, entidade que representa laboratórios como Aché, Biolab, Bionovis, Cristália, EMS e Eurofarma, com base em seus associados.
A mudança trará segurança jurídica no desenvolvimento de drogas feitas a partir de plantas medicinais encontradas no Brasil e mais rapidez para a liberação.
Hoje, a autorização para o início de pesquisas clínicas demora cerca de quatro anos. Com o novo marco, as empresas precisarão somente de um cadastro autodeclaratório.
"Além das indústrias que interromperam o desenvolvimento de novas drogas, há também laboratórios que ainda não estão nesse mercado, mas que querem entrar", afirma Reginaldo Arcuri, presidente da entidade.
A Biolab retomou seis projetos que estavam parados, que demandarão em torno de R$ 120 milhões em aportes.
"Estamos sendo procurados por empresas interessadas em desenvolver drogas em conjunto, o que antes não ocorria", diz Dante Alário, sócio-diretor da Biolab.
O grupo quer ampliar de 3% para 15% a participação do segmento no faturamento em até seis anos.
Laboratório Aché: Fim da Zona Cinzenta
O laboratório Aché tem cerca de 20 projetos de medicamentos fitoterápicos mapeados que devem começar a ser desenvolvidos com a sanção do novo marco.
Cada remédio poderá requerer entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em aportes para a sua criação.
"O marco legal vai nos dar segurança para investir sem medo de encontrarmos algum entrave adiante, e também a previsão de quanto custará o desenvolvimento da droga", diz Paulo Nigro, presidente da companhia.
Hoje, a Aché tem quatro ou cinco fitoterápicos em fase de criação, mas feitos a partir de plantas medicinais de outros países.
O segmento responde por 5% a 7% do faturamento da companhia. A estimativa é que ele represente entre 10% e 20% nos próximos dez anos, segundo o executivo.
"O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo. A lei traz a possibilidade de as indústrias nacionais terem competitividade global."
- R$ 2,1 bilhões foi a receita líquida da empresa no ano passado, 14,7% maior que em 2013
- R$ 702 milhões foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado em 2014
- 3 são as fábricas no país, em Guarulhos (SP), São Paulo e Anápolis (GO)
- 4.000 é o número de funcionários
Fonte:Folha de São Paulo