Novo banco de dados de plantas medicinais está disponível para pesquisas

Pesquisadores das áreas farmacêutica, química e botânica da Fiocruz e de outras instituições têm mais uma ferramenta para auxiliar nos trabalhos que realizam. Trata-se de um banco de dados sobre o conhecimento popular de plantas medicinais usadas no Brasil. O novo instrumento é útil para os que trabalham com produtos naturais e buscam novas espécies para estudar ou precisam comprovar tradicionalidade de uso para notificar produtos à Anvisa.
O banco também é voltado para indústrias, provedores do conhecimento popular, gestores públicos que busquem ampliar listas oficiais de plantas medicinais no âmbito do SUS, seguindo a Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e a população em geral. “O objetivo da iniciativa é valorizar os conhecimentos populares e a pesquisa etnobotânica a fim de estimular a repartição de benefícios com comunidades provedoras, subsidiar pesquisas voltadas para a comprovação dos usos populares de plantas medicinais e encorajar o desenvolvimento de produtos e políticas de saúde que priorizem a biodiversidade brasileira”, explica Marcelo Neto Galvão, curador adjunto da Coleção Botânica de Plantas Medicinais (CBPM-Fiocruz), que integra o Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos.
Marcelo Galvão idealizou o projeto e o desenvolveu junto com o técnico da CBPM-Fiocruz Marco Antonio Filho e o analista computacional da VPPCB/Fiocruz Carlos Henrique da Silva. O trabalho no banco é contínuo, pois sempre que uma nova espécie entrar no acervo do herbário CBPM-Fiocruz, o nome dela vai para o banco e o levantamento bibliográfico sobre ela se inicia e é incluso. Também são periodicamente adicionadas novas publicações sobre as espécies já catalogadas.
Para consultar o banco de dados de plantas medicinais basta acessar a página da Coleção de Botânica de Plantas Medicinais (http://cbpm.fiocruz.br/index?ethnobotany). As buscas podem ser feitas por família botânica, nome popular ou nome científico. Há ainda a opção de saber quais as espécies estão registradas em uma seção que contém o catálogo do banco.
Fonte: Fiocruz
Saiba mais no site de Farmanguinhos
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Revista Fitos completa 17 anos: A inovação em biodiversidade e saúde na trajetória da Fitos

Há dezessete anos nascia a Revista Fitos. No mundo afirmava-se a associação entre desenvolvimento econômico e Ciência, Tecnologia e Inovação. Apesar da finitute dos recursos naturais anunciada desde a década de 1980, o modelo de desenvolvimento hegemônico contiuava, a despeito de críticas de correntes ecológicas da economia, baseado e justificado na ideia de um crescimento eterno, guiado pela acumulação.
Da metade do século passado para cá a Ciência evoluiu, incorporando diversos conceitos para além do modelo linear e mais recentemente, contando com os recursos do paradigma tecno econômico da informação. Entretanto, em suas políticas, elaboradas por diversos países, verifica-se a utilização da produtividade para a medição da produção científica, o que, aliás, é um conceito industrial e não científico. Verifica-se também que a despeito de grandes mudanças paradigmáticas em curso, a elaboração acadêmica ainda está presa a uma estrutura disciplinar. Por fim, a dificuldade da produção científica mundial em lidar com a pressão de transformação expressa pela emergência climática, ainda é uma realidade, patinando em velhos paradigmas a despeito da ameça a própria vida no planeta.
Quando nascia a Revista Fitos, a sustentabilidade ainda não fazia parte da estratégia nacional de Ciência e Tecnologia. Nem mesmo as novas políticas brasileiras haviam sido publicadas, trazendo pela primeira vez, a ideia de inovação, plantas medicinais e biodiversidade. Na perspectiva do acesso aberto, ou seja, a disseminação gratuita dos conteúdos acadêmicos, o Brasil ainda estava assimilando os primeiros documentos a respeito, publicados nos primeiros anos da década de 2000. Durante essa trajetória, quantos percursos a Revista Fitos teve que percorrer para evoluir, se adaptar e redefinir sua própria identidade.
Ao longo desses dezessete anos a Revista Fitos optou por ampliar seu escopo, assumindo a mutidisciplinaridade e a transdisciplinaridade para abordar a complexidade que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em biodiversidade e saúde. Foi e continua sendo um desafio adotar um perfil que se difere daquele monodisciplinar com foco apenas nas disciplinas tradicionais como a Química e a Farmacologia para incorporar outras áreas que compõem este ecossistema epistemológico. Áreas que se relacionam através de interconexões, tais como: políticas públicas, educação, propriedade intelectual, conhecimento tradicional, agricultura ecológica e assim por diante.
Hoje a Revista Fitos já opera com acesso aberto, difusão gratuita e sem custo para os autores, já tendo incorporado o conceito de ahead of print, se preparando para adotar os sistemas de publicação contínua além de avaliação aberta por pares. Ao concluir mais um ano dessa trajetória, estamos orgulhosos de sua estrutura, composta de editores associados e a nossa equipe de trabalho. Estes imprimirão uma nova dinâmica no fluxo editorial que nos permitirá alcançar patamares ainda mais elevados para nossos objetivos. Vamos adiante!
Dr. Glauco de Kruse Villas Bôas Coordenador do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde - CIBS Instituto de Tecnologia em Fármacos - Farmanguinhos - Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
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